Estimular o gosto pelo livro e pela leitura nos jovens constitui actualmente um grande desafio. Vários factores afastam-nos do universo literário e transportam-nos para o universo digital, cinematográfico e televisivo.
O desenvolvimento e a rápida expansão das Tecnologias de Informação e Comunicação fascinam cada vez mais os jovens, que dedicam grande parte do seu tempo à Internet. Além disso, obras literárias de autores consagrados tornam-se produções cinematográficas. Assim, os livros cedem o seu lugar ao comodismo da poltrona confortável do cinema e a umas calóricas pipocas.
No entanto, a motivação para o hábito de leitura constitui um objectivo das escolas, bibliotecas e outras instituições, que alertam para os benefícios do livro, no actual contexto da Sociedade de Informação e Comunicação. Convém destacar que o prazer da leitura deve ser transmitido na infância e pelos pais, porque os hábitos de leitura e competências serão mais sólidos se forem adquiridos neste estádio da vida.
A prática da leitura faz-nos compreender que o livro e a leitura apresentam duas vertentes: a pedagógica e a lúdica. Ler é uma actividade que pode assumir-se como um dever, uma necessidade básica, mas também como um passatempo.
A vertente pedagógica encontra-se muito associada ao contexto escolar. Através do livro e da leitura aprendemos a ler, a escrever, a contar e a reflectir, adquirimos conhecimentos e valores. Efectivamente, o livro enriquece-nos e fortalece-nos, pois os conhecimentos difundidos através deste precioso instrumento, constroem a nossa identidade e estimulam o nosso sentido opinativo e crítico. Quem não lê atrofia a sua inteligência e não progride do ponto de vista linguístico e cultural. Segundo Joseph Addison: “A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo”.
A vertente lúdica conduz o leitor a surpreendentes viagens no tempo e no espaço pelo mundo da ficção. A leitura revela-se assim como um passatempo, uma forma de divertimento e de evasão.
Muitos jovens abandonam a leitura voluntária neste estádio das suas vidas, visto que a associam à obrigação, ao dever, ao esforço e ao aborrecimento. Por vezes, os livros que fazem parte dos programas curriculares conduzem a uma certa aversão pela leitura. Dadas as circunstâncias, muitas escolas tentam incentivar os jovens à prática da leitura através de actividades de promoção do livro e da leitura, em que o papel dos professores, bibliotecários, pais e amigos se revela essencial. Os interesses desta tipologia de leitores devem ser recolhidos, para que seja disponibilizada uma ampla variedade de temas que desperte a sua curiosidade. Além disso, já é possível aliar a tecnologia à leitura disponibilizando a leitura digital. De facto, muitas iniciativas têm sido tomadas, destacando-se o importante papel do Plano Nacional de Leitura que estimula nas crianças e nos jovens o prazer de ler, intensificando o contacto com o livro e a leitura na escola, designadamente nas salas de aula, nas bibliotecas e na família.
Em suma, a formação do hábito de leitura concentra-se em casa e na infância. Depois deve ser fomentado por outras entidades e noutros locais, nomeadamente pelos professores, bibliotecários e amigos. O livro deve ser visto como um “fiel companheiro”, sempre disponível quando necessitamos dele, das suas palavras, de dispersar a mente da realidade e conduzi-la até à ficção. Concomitantemente, é um importante veículo de informação e comunicação, imprescindível para formar profissionais e cidadãos críticos e activos.
Nota: elaborado por Claudia Lopes e publicado na revista Leia S.F.F
1 comentário:
Sensacional este artigo, foi muito válido vou começar um projeto a partir, que vai ser divulgado entre os alunos como conscientização.
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